André Rebouças ( 1838-1898 )

André Pinto Rebouças nasceu em 13 de janeiro de 1838, na cidade de Cachoeira. Filho de Carolina Pinto Rebouças e do jurista e político Antônio Pereira Rebouças, nascido em Maragojipe, Bahia, e irmão de Antônio Pereira Rebouças Filho.

Aos 16 anos, seguiu com a família para o Rio de Janeiro e matriculou-se, junto com seu irmão Antônio, na antiga Escola Militar, depois Escola Politécnica. Em 1857, tornou-se 2º tenente do corpo de engenheiros e recebeu o grau de bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas, em 1859, sendo sempre o primeiro aluno da turma. Em 1860, recebeu o grau de engenheiro militar. Seguiu para a Europa, em 1861, onde fez especialização em engenharia civil.

Retornando ao Brasil, continuou seus estudos como autodidata e dedicou-se à causa abolicionista. Tornou-se, junto com seu irmão Antônio, comissionado do Brasil para vistoriar e trabalhar no aperfeiçoamento de portos e fortificações do litoral. Participou como engenheiro militar na Guerra do Paraguay.

Em 1866, retornou ao Rio de Janeiro, onde passou a desenvolver projetos com seu irmão Antônio, para companhias privadas que investiam na modernização do Brasil. Destacam-se, nesta fase, as obras para o abastecimento de água do Rio de Janeiro, as docas Dom Pedro II e as docas da Alfândega.

Ainda na capital do Império, André foi secretário do Instituto Politécnico e redator geral de sua revista, na qual escreveu vários artigos técnicos. Foi responsável pela seção de Máquinas e Aparelhos da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional. Participava ativamente das discussões sobre o desenvolvimento social e econômico da Nação.

Nos anos 1880, engajou-se ativamente na campanha abolicionista e lecionou na Escola Politécnica. Participou da Confederação Abolicionista, da criação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão e redigiu os estatutos da Associação Central Emancipadora.

André Rebouças era monarquista e, com o movimento militar republicano de 15 de novembro de 1889, embarcou para a Europa, junto com a família imperial. Em Lisboa, foi correspondente do The Times de Londres, depois foi para Cannes, na França, onde ficou até a morte de Dom Pedro II.

Em 1892, partiu para Angola, onde trabalhou por 15 meses. Em seguida, estabeleceu-se em Funchal, na Ilha da Madeira. Suicidou-se em 9 de maio de 1898, atirando-se em um penhasco, próximo ao hotel onde vivia.

André Rebouças deu grandes contribuições para a construção do Brasil no século 19 e teve participação importante no movimento abolicionista. Introduziu no País, técnicas inovadoras de engenharia, incluindo o uso do concreto armado, utilizado pela primeira vez no Brasil em uma ponte em Piracicaba, construída em 1875, da qual foi o responsável técnico junto com seu irmão Antônio.

 

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André Rebouças, óleo sobre tela de Rodolfo Bernardelli, acervo do Museu Histórico Nacional.

 

Engenheiro Rebouças

 

Cachoeira BA