Igreja de Nossa Senhora de Escada
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A primitiva ermida de Nossa Senhora da Conceição de Escada foi erguida no século 16, possivelmente em 1536, numa colina junto a antiga aldeia indígena de Itacaranha, atual subúrbio ferroviário de Salvador.
Em 1562, essas terras passaram a pertencer ao português Lázaro Arévolo, que reconstruiu a capela com pedras de calcário.
Em 1566, o padre José de Anchieta refugiou-se no local para recuperar-se da saúde, conforme registro documental do padre Baltasar Fernandes, datado de 1619, nos arquivos do Vaticano. Em 1572, a capela foi doada aos jesuítas.
Uma placa lateral indica a ocupação holandesa da igreja em 16 de abril de 1638, comandada por Mauricio de Nassau.
A sineira tem acesso por uma escada externa, como outras capelas rurais da época. O altar-mor é do século 19 e possui uma imagem de Nossa Senhora da Escada, do início do século 18.
Por volta de 1940, uma reforma destruiu o antigo alpendre de duas águas, deixando o pátio sem cobertura. A fachada, voltada para a Baía, foi reconstruída numa reforma de 1966, realizada pelo Iphan (tombada em 1962), buscando restabelecer a arquitetura original.
Essa igreja assemelha-se a outras capelas rurais antigas, como a de São José do Genipapo, em Castro Alves, a de N. S. da Ajuda, em Cachoeira, e a de Santo Antônio dos Velasques, em Itaparica.
Fica no bairro suburbano de Escada, em Salvador, com uma bela vista para a Baía de Todos os Santos.
O Caso de Sebastião da Ponte
Em 1576, o rico senhor de engenho Sebastião da Ponte refugiou-se nas dependências da capela, fugindo da prisão por ter cruelmente marcado um homem branco, com sinete incandescente de ferrar gado. A proteção dada pelo bispo Dom Antônio Barreiros gerou conflitos com o governador Luis de Brito e Almeida. Sebastião da Ponte morreu em uma prisão de Lisboa.
A Igreja de Nossa Senhora da Escada, em 2014.
Placa que registra o desembarque holandês em 1638, instalada perto do acesso externo ao púlpito, pelo Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, em 1938.
A Igreja com seu cruzeiro. Note a escada externa para acesso ao púlpito.
Acima, missa na Igreja da Escada, em 2014.
Embaixo, lateral da Igreja, vendo-se a antiga sineira.
Acima, a Igreja da Escada em fotografia de 1939 (ou antes), publicada em Relíquias da Bahia de Edgard de Cerqueira Falcão. Note a arquitetura alterada do século 19. Em 1966, outra reforma buscou recompor a arquitetura original. O muro não existe mais e a sineira perdeu a parede lateral.
Embaixo, a mesma Igreja em 2014, com a bela vista para a Baía.