Igreja do Santíssimo Sacramento do Passo
Em 1718, foi criada a Freguesia do Santíssimo Sacramento da Rua do Passo, desmembrada da Sé. A Irmandade do SS. Sacramento do Passo foi abrigada inicialmente na Igreja do Rosário dos Pretos e tentou apossar-se daquela Igreja, construída por uma irmandade negra. Esta irmandade apelou ao rei que lhes deu parecer favorável.
Em 1736, decidiu-se construir a igreja do
Passo no local atual, no Alto do Carmo. No ano seguinte, o Rei assegurou
subsídios para a construção da capela mor, que possui azulejos portugueses de
cerca de 1750.
O templo, de notável mérito arquitetônico, foi construído em um terreno de forte declive. Possui planta típica das igrejas baianas do início do século 18, com corredores laterais, tribunas e coro no pavimento superior e sacristia transversal. Existe um ossuário no subsolo. Seus altares e retábulos, em estilo neoclássico, são de meados do século 19.
Possui imagens de São José, N. S. da Conceição e N. S. Mãe dos Homens.
Foi tombada pelo Iphan em 1938. A vizinhança dessa Igreja inclui várias casas e sobrados dos século 18 e 19. Ao lado da Igreja está a casa onde morou Castro Alves. A Rua do Passo é uma rua estreita, mas o acesso à Igreja pode ser feito pela larga escadaria da Igreja, logo em frente, que liga a Ladeira do Carmo com a Rua do Passo.
As Obras da Igreja no Século 19
Entre 1820 e 1835, existiram obras de restauração do templo. Em 1848/9, o interior da Igreja foi remodelado, a capela mor ganhou novo retábulo, duas varandas substituíram as tribunas, além de trabalhos de acabamento em duas portas laterais e no forro, realizados por Joaquim Francisco de Matos Roseira e Cipriano Francisco de Souza.
Em 1850 foram executados os altares do arco cruzeiro e dois altares laterais. Em 1851 foram construídos dois altares, 6 tribunas, 2 púlpitos, abriu-se quatro novas portas no interior da igreja e trabalhos de acabamento foram executados. Em 1854, o corpo da igreja, corredores e sacristia ganharam novo lajeado.
Em 1858/9, obras de pintura e douramento da talha foram realizados por José Rodrigues Nunes, que também pintou dois painéis representando a Transfiguração do Senhor, cópia parcial de
Rafael, e a Ceia de Cristo.Em 1883/4 foram confeccionados dois painéis de autoria de José Antônio da Cunha Couto, representando a Multiplicação dos Pães e a Comunhão dos Apóstolos.
Em 1889/90 foram colocados azulejos na nave da Igreja.
O teto da nave, com pintura de perspectiva ilusionista barroca, é atribuído, duvidosamente, a Antônio Pinto e Antônio Dias.
Cena do filme O Pagador de Promessas (1962), com Leonardo Villar, único filme brasileiro a vencer a Palma de Ouro de Cannes, dirigido por Anselmo Duarte, com base na peça de Dias Gomes.
O filme foi rodado nas escadarias que dá acesso à Igreja do Passo, onde a promessa deveria ser paga. No filme, a Igreja é chamada de Igreja de Santa Bárbara, mas, na verdade, essa é a Igreja do Passo.
Existia a Igreja de Santa Bárbara no bairro do Comércio, mas foi demolida, em 1900, e sua imagem está agora na Igreja do Rosário dos Pretos. Entretanto, a Festa de Santa Bárbara acontece mesmo no Pelourinho todo ano, em quatro de dezembro. É comemorada há mais de 300 anos.
Essas escadarias também foram o palco da gravação do clip musical de Paul Simon The Obvious Child, em ritmo axé, com o Olodum.
A Igreja do Passo vista da Ladeira do Carmo.
Sede Arquidiocesana do Apostolado da Oração
Acima, as torres da Igreja possuem azulejos decorados na cobertura piramidal e podem ser claramente vistas da Baía de Todos os Santos e de boa parte do Centro Histórico.
Embaixo, a estreita Rua do Passo.
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