Parque São Bartolomeu
Um dos maiores remanescentes de mata atlântica, em área urbana, do País. Tem grande importância ambiental, histórica e religiosa. O Parque São Bartolomeu, em Salvador, envolve uma área de preservação ambiental da Bacia do Rio do Cobre (São Bartolomeu), incluindo uma represa e cascatas.
Situa-se entre a Enseada dos Cabritos e o bairro de Pirajá. O Rio do Cobre deságua na Baía de Todos os Santos, na Enseada dos Cabritos.
Em tempos antigos, a região era habitada pelos tupinambás. Na segunda metade do século 16, os jesuítas fundaram a Aldeia de São João Evangelista, próxima ao atual Parque São Bartolomeu. No século 17, foi palco das lutas contra a invasão holandesa. Posteriormente, passou a ser um abrigo para quilombolas. Em 1826, formou-se lá o Quilombo dos Urubus, dizimado tempos depois.
As trilhas do Parque são históricas, elas foram usadas durantes as batalhas pela Independência do Brasil. Próximo do Parque fica o Panteão ao General Labatut e a Igreja de São Bartolomeu, fundada em 1608.
O Parque São Bartolomeu foi criado pelo decreto municipal nº 5363 de 28 de abril de 1978, vizinho ao Parque do Rio do Cobre. Planeja-se unir os dois parques, que têm uma área total de 450 hectares.
Em 2001, o decreto estadual nº 7.970, criou a Área de Proteção Ambiental - APA Bacia do Cobre / São Bartolomeu, envolvendo áreas dos municípios de Salvador (incluindo o Parque São Bartolomeu) e Simões Filho, com área de 1.134 hectares, atualmente administrada pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
A represa garantia o abastecimento de água de parte da população suburbana, mas estava fora de operação em 2013. Os estudos para o aproveitamento das águas do Rio do Cobre, como alternativa para o abastecimento da Cidade, começaram em 1925, quando o governador Góes Calmon contratou a empresa do engenheiro Francisco Rodrigues Saturnino de Brito. Na época, Salvador era abastecida por um sistema que envolvia represas do Rio Camurugipe e do Rio das Pedras. Em 1926, a empresa de engenharia contratada apresentou um estudo que recomendava também o aproveitamento das águas do Rio Jaguaripe, Ipitanga e do Cobre. A barragem do Cobre começou a ser construída em 1929, mas foi logo paralisada por falta de recursos. Sua construção foi concluída em 1931 e tinha capacidade para armazenar 2,3 milhões de m³ de água.
O Parque abriga centenas de espécies vegetais e animais, além de ter grande importância para a regulação climática da Cidade. A vegetação inclui floresta ombrófila densa, pântanos e manguezais. Em 1995, a Unesco reconheceu o Parque de São Bartolomeu como uma importante reserva de biosfera da mata atlântica.
O Parque também é um santuário do candomblé e, desde a época em que existia um quilombo na região, seus rituais são lá praticados. Suas três cachoeiras, Oxumaré, Oxum e Nanã, além de alguns espaços do Parque, recebem nomes de orixás. Suas águas são sagradas. Até boa parte do século 20, existiam romarias até as águas do Parque.
Em 1982, o escritor Jorge Amado fez um apelo ao prefeito Renan Baleeiro, por telegrama, para que se cuidasse da preservação do Parque, de seus mananciais, sua riqueza florestal e sobretudo dos locais destinados ao culto afro-brasileiro. A maior razão para o telegrama é que o prefeito pretendia construir habitações em uma parte do Parque.
Em 1986, foi fundada a Associação dos Amigos do Parque São Bartolomeu, uma ONG, que desenvolve atividades científicas, culturais e sociais no Parque e em comunidades vizinhas.
Em 2014, o Parque ganhou um espaço de lazer, com novas instalações para eventos culturais e esportivos. O governo relocou várias famílias que moravam em habitações no Parque.
Por Jonildo Bacelar, em 2014
Escultura do artista Bel Borba, representando orixás, inaugurada em 2014.
As Cachoeiras de São Bartolomeu, em postal circulado em 1910.
Vista parcial do Parque São Bartolomeu, com a Represa do Cobre.
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Parque São Bartolomeu
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